Haroldo, “De bello Galico” e a decência dos homens.
E aí “cara”?! Deixar-nos assim... sem mais nem menos
Tão de repente... tanta coisa ainda a recordar ...
Uma primeira e remota lembrança.
1957
CARMO
Primeira série do Ginásio
Não me recordo bem como foi,
mas em decorrência do comportamento inadequado de uns poucos
todos estavam ameaçados de castigo
INJUSTO! Mas ninguém ousava...
Aí, Haroldo, do alto de seus onze anos de idade
levanta-se solenemente e “em nome dos alunos decentes desta classe”
convence
[num discurso digno do mais erudito dos romanos]
o indignado professor a abandonar a idéia e perdoar a classe.
Creio que foi nesse exato momento que Haroldo começou a defender a decência, a ética e a moralidade ... E nunca mais parou!
Gallia est omnis diuisa in partes tres; quarum unam incolunt Belgae, aliam
Aquitani, tertiam, qui ipsorum lingua Celtae, nostra Galli appelantur.
Seria a quarta série do Ginásio? 1960? Talvez.
Aula de latim. Professor novo...
Calvície frontal...
Bigodinho aparado e óculos.
De cara: uma prova.
Assunto: De bello gallico!
Haroldo tinha o livro. Relíquia familiar.
Após pequena resistência inicial o livro passa de pé em pé ...
arrastado pela madeira do assoalho.
Pobre relíquia familiar!
Grande Haroldo!
Salvador dos intrépidos gauleses.
VJMJ irmão!
[Marcelo Pustiglione]