Matéria para a Revista Proteção

Como está a saúde e segurança nos estabelecimentos de saúde?

Temos observado uma mudança interessante de comportamento. Tradicionalmente os serviços de saúde eram os que menos se preocupavam com a saúde dos seus traba­lhadores. Como o objetivo maior era a saúde do paciente, acabavam esquecendo-se da própria saúde. Isso tem relação com a origem da própria profissão de enfermeiro e de médico, muito associadas à ques­tão do sacrifício. O convívio cotidiano com o sofrimento, com a dor, com a morte é frequente. Às vezes convive-se também com um sentimento de impotência na resolução de algumas situações que, por moti­vos diversos não se tem o recurso para fazê-lo. Essas sensações de perdas frequentes acabam contribuindo para a banalização do risco. Ou seja, eu não enxergo o risco porque ele não existe para mim, eu sou imune a isso. Tem até certo fun­do de verdade, porque se você convive no cotidiano com os agentes biológicos acaba de certa forma se tornando mais resistente. Quando um médico adoece por infecção pode crer que ou ele está imuno­deprimido ou o `bicho é muito brabo`. Contra aquele agente do dia a dia, o seu organismo vai criando defesas e tornando-se mais re­sistente. O profissional de saúde muitas ve­zes deixa de pressionar de uma forma con­sistente o gestor para que seja proporcionado a ele melhores condições de traba­lho, porque ele também não enxerga isso ou não quer enxergar. Não é sua prioridade. A exceção entre os profissionais da saúde é a enfermagem que há muito tempo se preocupa com os riscos ocupacionais.

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